Se a primeira parte da nossa conversa sobre criptografia pós-quântica foi um alerta, esta é um convite à preparação. A corrida já começou — e agora é hora de olhar para o horizonte.
O futuro não é mais teórico: ele está em desenvolvimento
Estudos recentes indicam que até 2030, mais de 5 mil computadores quânticos poderão estar operacionais em centros de pesquisa e empresas privadas. Embora muitos ainda não tenham capacidade para quebrar criptografias robustas, o avanço é constante — e surpreendentemente rápido.
A estimativa inicial era de que a computação quântica em escala só se tornaria viável por volta de 2035. Mas especialistas já alertam: o progresso está superando as previsões. Isso significa que a janela para adaptação está se estreitando.
O que muda com a adoção em larga escala da PQC?
A criptografia pós-quântica não será apenas uma atualização de software. Ela exigirá:
- Revisão de protocolos de segurança em redes, sistemas operacionais e aplicações.
- Migração gradual de infraestruturas legadas, especialmente em setores como telecomunicações, bancos e governo.
- Criptoagilidade: a capacidade de atualizar algoritmos criptográficos rapidamente, sem comprometer a operação.
Empresas como a Oracle já estão se antecipando. O Oracle Linux 10, por exemplo, já traz suporte nativo a algoritmos pós-quânticos e ferramentas de segurança reforçadas para ambientes corporativos e multinuvem.
Desafios que ainda precisam ser vencidos
Apesar do otimismo, a PQC enfrenta obstáculos técnicos e estratégicos:
- Maior uso de recursos computacionais, o que pode impactar performance em dispositivos com hardware limitado.
- Padronização global: é preciso garantir que os novos algoritmos funcionem em diferentes países, setores e plataformas.
- Interoperabilidade com sistemas legados, sem comprometer a segurança ou a experiência do usuário.
E o Brasil nisso tudo?
O país já participa de iniciativas de pesquisa em criptografia pós-quântica, com destaque para o trabalho do CPQD e de universidades públicas. A expectativa é que, nos próximos anos, vejamos normas técnicas nacionais alinhadas aos padrões do NIST e da ISO, permitindo uma transição segura e coordenada.
Conclusão: prepare-se para o invisível
A criptografia pós-quântica não é uma moda passageira. É uma resposta estratégica a um cenário inevitável. E quanto mais cedo governos, empresas e profissionais se prepararem, menor será o impacto da transição.
> Para mais conteúdos, recomendações de livros e ferramentas confiáveis, consulte a barra lateral do blog.